‘Perdeu controle’: Menina de 7 anos é morta enforcada com cinto pela madrasta
Uma menina de sete anos foi morta enforcada pela madrasta no Distrito Federal, na sexta-feira (21). Depois da morte de Rafaela Marinho, a polícia descobriu um histórico de medo e pedidos de ajuda feitos pela criança nos dias anteriores ao crime. A suspeita, Iraci Bezerra dos Santos Cruz, de 43 anos, se apresentou à Polícia Civil e confessou o homicídio, afirmando ter se descontrolado após ouvir da enteada que ela preferia morar com uma vizinha.
A mãe da vítima, Fabiana Marinho, contou que conversou com a filha pela última vez na quinta-feira (20). A menina pediu para voltar a viver com ela, em Valparaíso de Goiás. “Eu falei: ‘Amanhã, a mamãe vai te buscar’. E fui buscar minha filha morta”, relatou, emocionada, segundo o portal G1.
Segundo Fabiana, a filha vivia com o pai e a madrasta por causa da escola, mas vinha demonstrando resistência a permanecer na casa. A família pretendia levá-la de volta assim que o ano letivo terminasse. “Ela queria ficar mais comigo. Hoje, eu já vinha buscar ela. No fim de semana, ela já estava ficando comigo”, disse. A criança é descrita como alguém carinhosa e educada.
A irmã mais velha, que prefere não se identificar, confirmou que a menina chorou no início da semana ao ser avisada de que precisaria retornar para a casa do pai. “Ela falava: ‘Eu não quero ir’.” Ela afirma que a vítima já havia feito relatos preocupantes sobre a madrasta. “Uma vez ela falou: ‘Mãe, minha madrasta tentou matar meu pai, botou veneno para ele comer’”, lembra.
Fabiana acusa o ex-companheiro de negligência e afirma que Iraci tinha comportamento agressivo e fazia uso de drogas. “Disseram que essa mulher estava drogada há três dias. Eu quero justiça, quero que ele pague também. Se ele tivesse protegido ela, não tinha acontecido isso.”
O pai, por sua vez, declarou à polícia que a madrasta vivia com eles há cerca de um ano e que a convivência entre as duas seria “dentro da normalidade”.
Na delegacia, os investigadores descobriram que Iraci tinha um mandado de prisão em aberto no Pará por um homicídio contra o ex-companheiro – crime que ela nega.
A Polícia Civil classificou o caso como feminicídio, com aplicação da Lei Henry Borel, levando em conta agravantes como meio cruel, motivo fútil, relação de madrasta, impossibilidade de defesa e o fato de a vítima ter menos de 14 anos. A pena pode chegar a 40 anos. A suspeita foi levada à carceragem e deve passar por audiência de custódia.
Correio da Bahia