Rastro luminoso no céu da Bahia, Goiás e Minas Gerais foi reentrada de lixo espacial
Moradores de várias regiões da Bahia relataram, na noite desta segunda-feira (27), a passagem de um rastro luminoso no céu. O fenômeno foi provocado pela reentrada de lixo espacial na atmosfera.
O aquecimento causado pelo atrito gera o clarão e os fragmentos incandescentes, muitas vezes confundidos com “cometa” ou “meteoro”. As principais diferenças estão na velocidade e no formato da cauda. Além de ser mais lento, o lixo espacial costuma gerar rastro mais irregular.
Segundo relatos enviados à Agência Sertão, o registro ocorreu em diferentes pontos do estado, com vídeos feitos por leitores em Bom Jesus da Lapa e Guanambi. Há também notificações de avistamento em cidades de Minas Gerais e Goiás.
De acordo com dados de monitoramento de objetos em decaimento orbital, o evento desta segunda-feira corresponde a um estágio de foguete chinês lançado em 2024.
Em reentradas desse tipo, os detritos — partes de foguetes, satélites ou componentes de equipamentos — costumam se desintegrar ao cruzar as camadas mais densas da atmosfera; eventuais fragmentos remanescentes, quando existem, tendem a cair na terra ou em áreas oceânicas, e não costumam causar danos.
O que é visto do solo
À medida que o objeto perde altitude, o atrito com o ar eleva a temperatura do material, produzindo uma “bola de fogo” e uma trilha brilhante que se fragmenta e se apaga rapidamente. O fenômeno é diferente de chuva de meteoros: trata-se de hardware artificial que retorna à Terra, não de rochas naturais do espaço.
Ocorrência anterior na Bahia
Um caso similar foi observado em 14 de maio, quando a reentrada do ASIASAT 8 Falcon R/B — corpo de um foguete Falcon 9 lançado em 2014 — gerou grande repercussão nas redes.
Conforme o Projeto Exoss, parceiro do Observatório Nacional (ON/MCTI), o objeto (NORAD 40108) reentrou às 21h26 UTC (18h26 em Brasília), com ponto final no Oceano Atlântico, a leste da costa da Bahia. Na ocasião, o rastro foi visto em diversos estados, com destaque para Bahia e Minas Gerais.
Agência Sertão