Marília Mendonça rejeitava rótulo ‘feminejo’ e abriu espaço para nova geração de cantoras

Em 2014, o sertanejo dominava o top 10 das rádios brasileiras, mas só com vozes de homens. Dois anos depois, quatro músicas cantadas por mulheres apareciam na mesma lista. Uma delas era “Infiel”, o primeiro grande sucesso cantado por Marília Mendonça, que inaugurou uma nova fase do gênero: mais feminina, mais realista, mais direta.

As cantoras que surgiram ali não cantavam contos de fadas. Falavam de traição, de amor não correspondido, de bebedeiras. Contavam histórias que o sertanejo sempre contou — mas agora sob outra perspectiva.

Esse movimento, que a imprensa passou a chamar de “feminejo”, incomodava Marília. Ela detestava o termo. “Existe rock feminino? Existe MPB feminino? Então, qual é a tua? Você acha que eu não posso concorrer com Zezé Di Camargo, com o Leonardo? Sertanejo é sertanejo, não existe feminejo”, disse ela em uma reunião com a gravadora. Segundo a figurinista Flavia Brunetti, só de ouvir essa palavra, Marília ficava furiosa.

O terceiro episódio do podcast “Marília – o outro lado da sofrência”, do g1, mostra como a cantora rejeitou o rótulo “feminejo”, enfrentou o machismo do mercado e acabou abrindo espaço para uma geração inteira de mulheres no sertanejo – com letras que falam de traição, bebedeira e liberdade sem pedir licença.

G1

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