Mais de 90 casos de raiva em animais foram registrados na Bahia até novembro

A Bahia teve 93 casos de raiva em animais registrados somente de janeiro a novembro deste ano. Os dados foram repassados nesta quinta-feira (4) pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab).

Segundo o balanço compartilhado com o g1, morcegos (32), bovinos (24) e equinos (19) formaram a maioria no número de registros. Com 14 casos, fevereiro foi o mês com mais confirmações, seguido de janeiro, com 12, e novembro, com 11. As cidades com a doença confirmada não foram detalhadas.

Ainda em novembro, o número já supera os registros dos últimos anos. Em 2021, ocorreram 47 casos no estado. O crescimento equivale a 97% em quatro anos. Confira abaixo:

Número de casos de raiva na Bahia nos últimos anos

AnosNúmeros de raiva
202147
202234
202374
202479
202593

Fonte: Sesab

Entre os casos de novembro de 2025, está o do filhote de cachorro que morreu em Salvador. A cidade não tinha registros de raiva em cães e gatos há 20 anos. Confira os dados passados pela Sesab abaixo:

Casos de raiva na Bahia em 2025

Animais infectadosNúmeros de casos
Morcego32
Bovino24
Equino19
Raposa12
Gato3
Cão3
Total93

Fonte: Sesab

Em humanos, conforme pontuou a pasta, o último caso de raiva ocorrido na Bahia foi em 2017, no município de Paramirim, no sudoeste do estado. Na ocasião, a vítima foi infectada por um morcego.

Alerta epidemiológico em Salvador

Depois da ocorrência, a Prefeitura de Salvador emitiu um alerta epidemiológico. A informação foi repassada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) na quarta-feira (3).

Segundo apuração da TV Bahia, o animal, que tinha sido adotado após ser encontrado na rua, no bairro de Sussuarana, morreu no dia 20 de novembro. O resultado do exame, realizado no Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), saiu oito dias depois, na última sexta-feira (28).

Em nota, a SMS informou que o cão, que provavelmente teve exposição a animais silvestres antes da adoção, tinha menos de três meses de vida. O Ministério da Saúde não indica a vacina antirrábica para essa faixa etária.

Além do alerta — direcionado a equipes assistenciais, vigilâncias municipais, serviços que atuam diretamente com animais e unidades de saúde —, a pasta também tomou outras medidas:

  • bloqueio vacinal nas áreas de circulação do animal;
  • busca ativa de pessoas e animais que tiveram contato direto ou indireto, com encaminhamento da profilaxia pós-exposição humana, quando indicada;
  • ações casa a casa, realizadas por médicos-veterinários e agentes de combate às endemias;
  • vacinação de cães e gatos do entorno, orientação aos moradores e monitoramento de sinais clínicos;
  • investigações epidemiológicas e coleta de informações, conforme fluxo pactuado com a vigilância estadual e o Ministério da Saúde.

Ainda em nota, a SMS também listou orientações sobre a doença. Para prevenir, o método mais eficaz é manter a vacinação de cães e gatos a partir de três meses de idade. Outras orientações essenciais incluem:

  • evitar contato com morcegos, raposas, saguis ou qualquer animal silvestre, seja vivo ou morto, porque não existe vacina destinada a esses animais, que são protegidos por legislação ambiental, e causar-lhes danos é crime;
  • acionar o Centro de Controle de Zoonoses pelo telefone (71) 3202-0984 ou 156 se encontrar animais silvestres em residências;
  • manter esquema de profilaxia pré-exposição atualizado, caso seja um profissional que manipulam animais, conforme seu grupo de risco.

Em situação de risco, a população deve observar as seguintes orientações:

  • pessoas mordidas, arranhadas ou que tiveram contato com a saliva de animais suspeitos devem procurar imediatamente um serviço de saúde para avaliação da necessidade de profilaxia;
  • morcegos encontrados caídos, mortos ou em comportamento atípico não devem ser tocados; a orientação é acionar a vigilância municipal;
  • animais domésticos com mudança de comportamento, agressividade súbita, salivação excessiva ou dificuldade motora devem ser avaliados por médico-veterinário, e os casos devem ser notificados aos serviços de vigilância.

G1

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