A operação de extração de ouro da Fazenda Brasileiro, localizada no município de Barrocas, passará a ser controlada por uma empresa chinesa. A mudança ocorre após a canadense Equinox Gold anunciar a venda de 100% de suas operações no Brasil para uma subsidiária do grupo CMOC, em uma transação avaliada em US$ 1,015 bilhão, segundo o site especializado Brasil Mineral.
Além da Fazenda Brasileiro, em Barrocas, o acordo inclui outras minas da Equinox no país, como Aurizona, no Maranhão, Riacho dos Machados, em Minas Gerais, e a operação de Santa Luz, também na Bahia. A negociação prevê um pagamento inicial de US$ 900 milhões, com possibilidade de valores adicionais vinculados à produção futura, e tem fechamento previsto para o primeiro trimestre de 2026, dependendo de aprovações regulatórias.
A CMOC já atua no Brasil desde 2016, com forte presença nos setores de nióbio e fertilizantes fosfatados, e agora passa a ingressar no segmento de ouro. Com a aquisição, o grupo amplia sua atuação no setor mineral brasileiro, que nos últimos anos tem registrado crescimento da participação de empresas chinesas em ativos estratégicos.
Em Barrocas, a notícia gera atenção especial por se tratar de uma das principais operações de mineração de ouro da Bahia e uma atividade que impacta diretamente a economia local. A cada mudança de controle, surgem questionamentos na comunidade sobre como será a relação da nova empresa com o município, especialmente em relação à geração de empregos, valorização da mão de obra local e condições de trabalho.
A mineração na Fazenda Brasileiro teve início na década de 1980, ainda sob a gestão da Vale do Rio Doce. Ao longo dos anos, a operação passou por diferentes empresas, como Yamana Gold, Brio Gold e, mais recentemente, Equinox Gold. Esse histórico de sucessivas transferências sempre despertou expectativas e apreensões entre trabalhadores e moradores do município.
Entre os pontos levantados pela comunidade barroquense estão as comparações com o passado, quando, segundo relatos, havia mais benefícios sociais e maior estrutura voltada aos trabalhadores. Diante da chegada de um novo controlador, cresce novamente a expectativa sobre como ficará a valorização do trabalhador, o número de oportunidades destinadas à população local e o relacionamento da empresa com a cidade, que já convive com críticas sobre a limitação de vagas para moradores do próprio município.
Fonte: Jornal a Nossa Voz